Para aumentar ou diminuir a fonte:
DESKTOP: utilize os atalhos Ctrl+ (aumentar) e Ctrl- (diminuir) no seu teclado.
CELULAR: faça o movimento de pinça.
FECHAR
cores originais
mais contraste
A+
SOBRE
MEMÓRIAS
PROGRAMAÇÃO
PALESTRANTES
NOTÍCIAS
PATROCINADORES
FAQ
NEWS (EN)
INSCREVA-SE
LOGIN
Home > Notícias > No Congresso: Andrew Fishman, Beto Marubo, Rubens Valente e a obra de Dom Phillips

No Congresso: Andrew Fishman, Beto Marubo, Rubens Valente e a obra de Dom Phillips

Mesa conta os bastidores do livro ‘Como salvar a Amazônia: uma busca mortal por respostas', que foi concluído por seus colegas depois da morte do jornalista

Na imagem, Beto Marubo fala ao microfone em atividade do 19º Congresso da Abraji. Ele é um homem indígena, de cabelos e olhos castanhos, usa uma camiseta verde escura e uma jaqueta azul por cima. Do seu lado esquerdo, está o jornalista Andrew Fisherman, também palestrante, ele é um homem branco de olhos claros e cabelos loiros, tem barba, usa um óculos de grau preto e um suéter azulado.
Data de publicação: 09/06/2025
Autoria: Luiza Vezzá e Isabelle Santos

Mais de dois anos após o assassinato do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira em 2022 no Vale do Javari, Amazonas, colegas concluíram em 2025 o livro que Phillips escrevia quando foi morto: “Como salvar a Amazônia: uma busca mortal por respostas”. A obra será tema de uma mesa no 20º Congresso da Abraji, que acontece entre os dias 10 e 13 de julho na ESPM-SP.  


Com mediação do jornalista Rubens Valente, a discussão contará com Andrew Fishman, cofundador e presidente do The Intercept Brasil, e Beto Marubo, um dos principais líderes indígenas do Brasil, dois dos coautores do livro. Dom e Bruno investigavam o garimpo ilegal no Vale do Javari quando foram assassinados. Esta é a região com a maior concentração de povos indígenas isolados do mundo. Segundo o Instituto Socioambiental, a área é lar para 6.317 indígenas de 26 povos. Ao mesmo tempo, a localização na tríplice fronteira amazônica — Brasil, Peru e Colômbia — a torna uma rota estratégica para grupos de crime organizado. A viagem do jornalista e do indigenista fazia parte dos últimos esforços para a conclusão do livro. 


A mesa tem como foco os bastidores do processo de finalização da obra e levanta a discussão sobre como a cobertura jornalística na Amazônia mudou desde então. Apesar de o assassinato brutal de Dom e Bruno ter exposto internacionalmente a violência na região. Ele diz que não existe um protocolo estruturante que responda às necessidades reais de proteção da região. “Infelizmente, ainda não tivemos uma atuação consistente do Estado brasileiro”, afirma.


A conclusão do livro contou com 36 coautores. Amigo de Phillips, Andrew Fishman afirma que foi o desafio profissional mais difícil da sua carreira. O jornalista destaca a responsabilidade carregada pelos jornalistas que finalizaram o trabalho de Dom. 


Segundo Beto Marubo, a distribuição das tarefas entre os coautores refletiu o envolvimento de cada um com aspectos diferentes da causa e da vida de Dom: “Cada um que conhecia o Dom sabia a temática, o objetivo central do que ele queria escrever. A cada um foi dividido um tema específico. No meu caso, foi falar um pouco dos motivos que o levaram ao Vale do Javari — essa busca pela proteção do ambiente e por dar voz aos excluídos, que são os povos indígenas”.


De acordo com Fishman, foi complexo decidir o rumo da escrita, já que era impossível publicar o livro da maneira como Dom faria se estivesse vivo: “A gente não sabia exatamente como ele teria feito, ou o que faltava no livro, mas sabíamos que ele gostaria que a gente terminasse e publicasse esse trabalho, pelo qual perdeu a vida. Isso é o acúmulo de uma década de trabalho dele na Amazônia”.


Por ser a última viagem programada para que Philips pudesse terminar de escrever o livro, alguns capítulos já estavam em revisão. Fishman foi responsável por escrever uma parte do livro, que trata sobre o financiamento internacional. O jornalista americano relembra o momento que recebeu insumos para a produção: “uma das poucas coisas que ele tinha [para o capítulo] era uma matéria que eu tinha escrito sobre como fundos de investimento de aposentadoria nos Estados Unidos estavam investindo na destruição da Amazônia”.  


A mesa será um espaço para que os coautores falem sobre o livro, além de abrir oportunidade para perguntas do público. O livro “Como salvar a Amazônia: uma busca mortal por respostas” eterniza o legado de Dom Phillips e expõe problemas urgentes enfrentados pela Amazônia brasileira. O evento que discute a obra, a mesa “Bastidores do livro de Dom Phillips: Como salvar a Amazônia”, acontece na sexta-feira, dia 11/07, das 09h30 às 11h no 20º Congresso da Abraji. 


Além de debates e lançamentos de livros, este ano a Abraji também mostrará os bastidores de obras jornalísticas e de não-ficção que ganharam as telas de cinema. Os ingressos para o Congresso já estão disponíveis neste link e é possível consultar essa e outras atividades na página Programação.


Conheça os participantes 


Andrew Fishman
Andrew Fishman é jornalista, presidente e cofundador do The Intercept Brasil, onde lidera uma redação independente dedicada ao jornalismo investigativo desde 2016. Coordenou investigações de grande impacto, como a série Vaza Jato, que revelou irregularidades no Judiciário brasileiro. Sob sua coordenação, o Intercept Brasil conquistou dezenas de prêmios jornalísticos e se tornou referência na defesa da liberdade de imprensa e dos direitos constitucionais. 



Beto Marubo 
Beto Marubo é um dos principais líderes indígenas do Brasil e integrante da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Referência internacional na defesa dos povos indígenas isolados, atuou por mais de uma década ao lado do indigenista Bruno Pereira na proteção de povos isolados da região. Beto Marubo foi chefe de fiscalização da Funai em Atalaia do Norte (AM) e liderou ações de proteção etnoambiental em Rondônia. Sua atuação política em Brasília fortaleceu a articulação indígena nacional, tornando-se uma voz fundamental contra ameaças como narcotráfico, grilagem e invasões ilegais. 



Rubens Valente 
Rubens Valente é jornalista especializado na Amazônia, com mais de 35 anos de carreira dedicados à cobertura de questões socioambientais e direitos indígenas. Autor do livro premiado “Os fuzis e as flechas”, Valente também criou o podcast “Morte e Vida Javari”, aprofundando o debate sobre conflitos e desafios na região. Ao longo da carreira, recebeu mais de 20 prêmios jornalísticos nacionais e internacionais e se consolidou como referência em jornalismo investigativo, sempre com um olhar atento para os povos originários e indígenas. 


Serviço
20º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo 
Local: ESPM-SP - Campus Álvaro Alvim
Rua Doutor Álvaro Alvim, 123 - Vila Mariana - São Paulo 
Data: 10 a 13 de julho de 2025 
Inscreva-se em: congresso.abraji.org.br/inscreva-se


 


Esta matéria foi produzida por alunas da oficina de jornalismo investigativo da ESPM-SP, em parceria com a Abraji.


Créditos da imagem: Luciana Vassoler/Abraji


 

Siga a Abraji nas redes sociais:
Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando neste site, você declara estar ciente dessas condições.
OK