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Home > Notícias > Domingo de Dados destaca inovação, IA e transparência na 20ª edição do Congresso da Abraji

Domingo de Dados destaca inovação, IA e transparência na 20ª edição do Congresso da Abraji

Saiba mais sobre as atividades e palestrantes de domingo

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Data de publicação: 13/06/2025
Autoria: Laura Loch e Nicole Micheletti

No dia 13 de julho, o 20º Congresso da Abraji oferece uma programação especial para quem deseja mergulhar no universo do jornalismo de dados. A 6ª edição do Domingo de Dados ocorre das 9h30 às 18h, como um evento integrado, que tem como foco oficinas práticas, apresentações e curadoria para aliar conhecimento técnico, pensamento crítico e diversidade de perspectivas.


A programação completa contempla atividades para todos os níveis de experiência, de iniciantes a profissionais com domínio avançado de ferramentas de análise de dados. O evento contará com convidados internacionais, como Jonathan Soma (Columbia Journalism School), Giampaolo Lepore, Claudia Baez e Fernanda Aguirre (The Examination), ampliando as referências e conectando o jornalismo brasileiro ao debate internacional sobre transparência, ciência e accountability.


Segundo a diretora da Abraji e jornalista de dados Ana Carolina Moreno, o crescimento dessa área do jornalismo acompanha a explosão das bases de dados e o avanço das tecnologias de processamento. “Hoje, a gente fala de inteligência artificial, big data e machine learning, mas a lógica de usar números para contar histórias já é antiga. O diferencial agora é o volume e a sofisticação das análises”, explica.


Ela destaca que as oficinas do Domingo de Dados foram organizadas em trilhas temáticas para facilitar a escolha por nível e interesse.


Oficinas para iniciantes e trilhas completas


Para quem está começando, o evento oferece uma trilha introdutória que vai desde o uso de ferramentas acessíveis, como o Google Sheets, até ferramentas básicas de inteligência artificial. Um dos destaques é a oficina "Profissional de dados no jornalismo: mil e uma utilidades", que abre o dia com uma visão ampla sobre a atuação nessa área.


Na mesma faixa de horário, ocorre o workshop “Feminismo de Dados: revelando as desigualdades ocultas pelos números”, que propõe uma abordagem crítica e interseccional sobre a coleta e interpretação de dados públicos.


Outro destaque entre os iniciantes é a oficina “Introdução à raspagem de dados: APIs e dicas para projetos iniciantes”, que oferece caminhos para acessar dados em formatos estruturados e não estruturados, com ou sem programação. “Muitos dados existem, mas estão escondidos em dashboards, dificultando análises mais profundas. Por isso, teremos oficinas como essa, que ensina a raspar essas plataformas e construir bancos próprios”, explica Ana Carolina.


Avançado e investigativo: IA, geoprocessamento e scraping


Para os mais experientes, o evento traz oficinas com foco em linguagens como Python e R, técnicas de classificação automática de texto e imagens com IA de código aberto, e métodos de investigação complexos com ferramentas de georreferenciamento, como o QGIS.


A prática “Como rastrear aeronaves brasileiras usando dados da Anac, OSINT e Python” exemplifica como técnicas de código aberto podem ser aplicadas a investigações jornalísticas com impacto público.


Na mesma linha, a oficina “Hackeando o PowerBI: truques para abrir dados de dashboards” será uma oportunidade de explorar recursos menos convencionais para acessar dados escondidos por barreiras técnicas.


Já a oficina “Como entrevistar os piores PDFs do planeta?”, dividida em duas partes, promete mostrar como lidar com um dos desafios mais frustrantes da apuração digital: documentos mal estruturados que dificultam a extração de informações.


Inspiração e trocas rápidas: Chuva de DDJ


O encerramento do Domingo de Dados será marcado pela tradicional “Chuva de DDJ”, um painel dinâmico no qual jornalistas de diversos veículos apresentam seus projetos de dados em até oito minutos cronometrados. DDJ é a sigla para Data-Driven Journalism, em português: jornalismo orientado por dados.


O objetivo é mostrar, de forma prática e inspiradora, como bases de dados foram transformadas em grandes reportagens. Também está prevista a participação de jornalistas brasileiros finalistas do Sigma Awards, um dos prêmios mais importantes do jornalismo de dados global.




O Domingo de Dados acontece no dia 13 de julho de 2025, das 9h30 às 18h, com venda de ingressos separada do 20º Congresso. A programação completa está disponível no site oficial do Congresso da Abraji.


Na imagem, Beto Marubo fala ao microfone em atividade do 19º Congresso da Abraji. Ele é um homem indígena, de cabelos e olhos castanhos, usa uma camiseta verde escura e uma jaqueta azul por cima. Do seu lado esquerdo, está o jornalista Andrew Fisherman, também palestrante, ele é um homem branco de olhos claros e cabelos loiros, tem barba, usa um óculos de grau preto e um suéter azulado.
Data de publicação: 09/06/2025
Autoria: Luiza Vezzá e Isabelle Santos

Mais de dois anos após o assassinato do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira em 2022 no Vale do Javari, Amazonas, colegas concluíram em 2025 o livro que Phillips escrevia quando foi morto: “Como salvar a Amazônia: uma busca mortal por respostas”. A obra será tema de uma mesa no 20º Congresso da Abraji, que acontece entre os dias 10 e 13 de julho na ESPM-SP.



Com mediação do jornalista Rubens Valente, a discussão contará com Andrew Fishman, cofundador e presidente do The Intercept Brasil, e Beto Marubo, um dos principais líderes indígenas do Brasil, dois dos coautores do livro. Dom e Bruno investigavam o garimpo ilegal no Vale do Javari quando foram assassinados. Esta é a região com a maior concentração de povos indígenas isolados do mundo. Segundo o Instituto Socioambiental, a área é lar para 6.317 indígenas de 26 povos. Ao mesmo tempo, a localização na tríplice fronteira amazônica — Brasil, Peru e Colômbia — a torna uma rota estratégica para grupos de crime organizado. A viagem do jornalista e do indigenista fazia parte dos últimos esforços para a conclusão do livro.



A mesa tem como foco os bastidores do processo de finalização da obra e levanta a discussão sobre como a cobertura jornalística na Amazônia mudou desde então. Apesar de o assassinato brutal de Dom e Bruno ter exposto internacionalmente a violência na região. Ele diz que não existe um protocolo estruturante que responda às necessidades reais de proteção da região. “Infelizmente, ainda não tivemos uma atuação consistente do Estado brasileiro”, afirma.



A conclusão do livro contou com 36 coautores. Amigo de Phillips, Andrew Fishman afirma que foi o desafio profissional mais difícil da sua carreira. O jornalista destaca a responsabilidade carregada pelos jornalistas que finalizaram o trabalho de Dom.



Segundo Beto Marubo, a distribuição das tarefas entre os coautores refletiu o envolvimento de cada um com aspectos diferentes da causa e da vida de Dom: “Cada um que conhecia o Dom sabia a temática, o objetivo central do que ele queria escrever. A cada um foi dividido um tema específico. No meu caso, foi falar um pouco dos motivos que o levaram ao Vale do Javari — essa busca pela proteção do ambiente e por dar voz aos excluídos, que são os povos indígenas”.



De acordo com Fishman, foi complexo decidir o rumo da escrita, já que era impossível publicar o livro da maneira como Dom faria se estivesse vivo: “A gente não sabia exatamente como ele teria feito, ou o que faltava no livro, mas sabíamos que ele gostaria que a gente terminasse e publicasse esse trabalho, pelo qual perdeu a vida. Isso é o acúmulo de uma década de trabalho dele na Amazônia”.



Por ser a última viagem programada para que Philips pudesse terminar de escrever o livro, alguns capítulos já estavam em revisão. Fishman foi responsável por escrever uma parte do livro, que trata sobre o financiamento internacional. O jornalista americano relembra o momento que recebeu insumos para a produção: “uma das poucas coisas que ele tinha [para o capítulo] era uma matéria que eu tinha escrito sobre como fundos de investimento de aposentadoria nos Estados Unidos estavam investindo na destruição da Amazônia”.



A mesa será um espaço para que os coautores falem sobre o livro, além de abrir oportunidade para perguntas do público. O livro “Como salvar a Amazônia: uma busca mortal por respostas” eterniza o legado de Dom Phillips e expõe problemas urgentes enfrentados pela Amazônia brasileira. O evento que discute a obra, a mesa “Bastidores do livro de Dom Phillips: Como salvar a Amazônia”, acontece na sexta-feira, dia 11/07, das 09h30 às 11h no 20º Congresso da Abraji.



Além de debates e lançamentos de livros, este ano a Abraji também mostrará os bastidores de obras jornalísticas e de não-ficção que ganharam as telas de cinema. Os ingressos para o Congresso já estão disponíveis neste link e é possível consultar essa e outras atividades na página Programação.



Conheça os participantes



Andrew Fishman
Andrew Fishman é jornalista, presidente e cofundador do The Intercept Brasil, onde lidera uma redação independente dedicada ao jornalismo investigativo desde 2016. Coordenou investigações de grande impacto, como a série Vaza Jato, que revelou irregularidades no Judiciário brasileiro. Sob sua coordenação, o Intercept Brasil conquistou dezenas de prêmios jornalísticos e se tornou referência na defesa da liberdade de imprensa e dos direitos constitucionais.


 


Beto Marubo
Beto Marubo é um dos principais líderes indígenas do Brasil e integrante da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Referência internacional na defesa dos povos indígenas isolados, atuou por mais de uma década ao lado do indigenista Bruno Pereira na proteção de povos isolados da região. Beto Marubo foi chefe de fiscalização da Funai em Atalaia do Norte (AM) e liderou ações de proteção etnoambiental em Rondônia. Sua atuação política em Brasília fortaleceu a articulação indígena nacional, tornando-se uma voz fundamental contra ameaças como narcotráfico, grilagem e invasões ilegais.


 


Rubens Valente
Rubens Valente é jornalista especializado na Amazônia, com mais de 35 anos de carreira dedicados à cobertura de questões socioambientais e direitos indígenas. Autor do livro premiado “Os fuzis e as flechas”, Valente também criou o podcast “Morte e Vida Javari”, aprofundando o debate sobre conflitos e desafios na região. Ao longo da carreira, recebeu mais de 20 prêmios jornalísticos nacionais e internacionais e se consolidou como referência em jornalismo investigativo, sempre com um olhar atento para os povos originários e indígenas.



Serviço
20º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo
Local: ESPM-SP - Campus Álvaro Alvim
Rua Doutor Álvaro Alvim, 123 - Vila Mariana - São Paulo
Data: 10 a 13 de julho de 2025
Inscreva-se em: congresso.abraji.org.br/inscreva-se


Esta matéria foi produzida por alunas da oficina de jornalismo investigativo da ESPM-SP, em parceria com a Abraji.


Créditos da imagem: Luciana Vassoler/Abraji

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