Em 2025, o Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo celebrou 20 anos, e há 15 edições a Abraji conta com a parceria institucional da Oboré para fazer a cobertura do maior encontro de jornalistas do país. Neste ano, a Redação-Laboratório contou com 132 integrantes, divididos em seis diferentes núcleos de produção, sendo eles: texto, blog, artes, redes sociais, fotografia e especiais.
“A Redação-Laboratório, para além da responsabilidade de produzir uma cobertura completa do Congresso, é uma atividade essencialmente de formação”, disse Ana Luisa Gomes, coordenadora do projeto. A redação é composta por estudantes de jornalismo e recém-formados de vários estados, e conta com o auxílio de veteranos das redações para orientar os jovens repórteres e editar os textos.
O jornalista, escritor e analista político João Paulo Charleaux foi um dos editores da redação e destacou o compartilhamento de conhecimentos entre gerações. “É uma oportunidade de trocar experiências sobre a forma de escrever, as opções de abertura do texto, de título, uso de expressões, de aspas e a forma de fazer o texto fluir com informações num espaço curto e num tempo limitado”, disse em depoimento para as redes sociais da Abraji.
“Na Redação-Laboratório, tive a oportunidade de cobrir uma mesa sobre correspondentes internacionais e aprender mais com jornalistas experientes na área. Além da produção técnica, estar imerso em um ambiente recheado de profissionais da área confirmou ainda mais minha certeza na carreira que escolhi”, compartilhou no LinkedIn o estudante de jornalismo da USP Lorenzo Sousa.
Ao relembrar os 15 anos de cobertura, Ana Luisa Gomes afirmou que, à medida que o Congresso da Abraji cresce, a redação precisa se aperfeiçoar, revisar as estratégias e ter um processo seletivo mais rigoroso. Em 2025, o projeto recebeu 344 inscrições de jovens jornalistas de 18 estados e selecionou 100 participantes.
“Passamos a trabalhar com um planejamento mais amplo, detalhado e descentralizado; o que quer dizer núcleos de trabalho mais autônomos, com fluxos próprios, mas reconhecendo a importância da atuação entrosada da equipe. Do lado dos estudantes, percebo maior envolvimento e compromisso com as tarefas, muito porque reconhecem a importância de participar do Congresso, ver suas produções divulgadas oficialmente pela Abraji e ter seus materiais lidos tanto por jornalistas quanto por colegas e professores”, explicou.
A coordenadora do projeto apontou como aprendizados o trabalho com um grupo grande e diverso e a produção de matérias especiais antes do início do evento. Ela também destacou a liberdade editorial da Redação-Laboratório, o que demonstra “o grau de confiança e a comunhão de propósitos que marcam a relação institucional entre a Abraji e a Oboré".
“Entendo que essa caminhada profissional e mesmo pedagógica que fazemos a cada congresso é fruto do compromisso mútuo que temos com o Jornalismo e com a formação de toda uma nova geração de jornalistas. Estou certa de que a Redação-Laboratório é uma sementeira: um lugar de cuidados para fazer germinar e então florescer”, acrescentou.
Ao longo dos três dias do Congresso da Abraji e do Domingo de Dados, foram produzidas ao todo 108 matérias, 101 ilustrações, 40 vídeos e 87 séries de fotos. Todas as produções foram publicadas no blog da cobertura e nas 310 postagens feitas no Facebook, Instagram e X. O balanço completo dos números está disponível no blog da cobertura (confira aqui).
A Redação-Laboratório faz parte do Projeto Repórter do Futuro, que foi criado pela Oboré em 1994. A iniciativa tem o objetivo de promover atividades de autodesenvolvimento para estudantes universitários, como cursos, reportagens, rodas de conversa, entrevistas e redações-laboratório.
*Foto: Ana Carolina Montoro/Oboré